Setembro 30, 2020
No meio de uma crise de ansiedade ou de um ataque de pânico, para além de não nos conseguirmos controlar e acalmar a mente e o corpo, ainda há uma outra preocupação: Explicar ao outro o que estamos a sentir.
Só quem tem formação ou experiência compreende todo o processo e o que estamos a sentir naquele momento e passa a ser o nosso ansiolítico.
Mas quem nunca passou por esta sensação jamais vais compreender a 100%, por muito que tente fazer-nos acreditar nisso. E muitas frases em tentativa de aconselhamento são em vão e podem mesmo criar ainda mais ansiedade. Já para não falar de muitos acharem que estamos com uma atitude infantil, porque não há nada de especial a acontecer para estarmos naquele estado.
E isto leva a que muitas vezes sintamos vergonha e queremos esconder ao máximo o nosso estado de saúde mental, para não ficarmos conotados de "fracos", "frágeis", entre outros e sentirmo-nos marcados, como se de repente, passássemos a ter um rótulo na testa.
Esta semana foi confrontada com esta situação. Na semana passada estive mesmo muito em baixo, ao ponto de pensar que ia mesmo enlouquecer. A minha cabeça não parava e sentia-me culpada e zangada por estar a faltar ao trabalho e não tive grande ajuda da entidade patronal. Mas não conseguia sair, a minha cabeça parecia estar derretida, o cansaço era imenso, e voltei ao médico e a uma medicação mais forte com muito descanso no fim de semana.
Felizmente estou mais tranquila, voltei ao trabalho mas agora noto que tenho um rótulo, não me agrada, mas não me vou sentir culpada, até porque supostamente ainda devia estar a descansar mas enfrento o dia como forma de ir recuperando aos poucos.
Por isso, julgo que não temos que explicar mais do que aquilo que sentimos e dizer à outra pessoa que compreendemos que não entenda mas que não lhe desejamos que tenha esta experiência na vida. Pedimos apenas respeito, pois pode acontecer a qualquer um.